quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Mauritsstad

Fixando residência na ilha de Antônio Vaz, Maurício de Nassau decide urbanizar o local através de projeto arquitetônico de Pieter Jansz Post, irmão mais velho de Frans Post e respeitado arquiteto holandês.

Em 16 de dezembro de 1639, Gaspar Dias Ferreira, membro da Câmara de Escabinos de Olinda, propõe mudar o nome do local para Cidade Maurícia ou Mauritsstad. Cinco dias depois Nassau e o Alto Conselho aprovam a proposta.

A principal construção ali foi o Palácio Friburgo, também conhecido como Palácio das Torres, residência oficial de Nassau. Havia nos terrenos vizinhos ao palácio um jardim e pomar onde eram introduzidas e estudadas árvores e plantas de diferentes partes do mundo e um zoológico com animais nativos e da África. O palácio estava localizado onde atualmente existe o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, o Teatro Santa Isabel e o Palácio da Justiça. Nas proximidades também estava instalado o Forte Ernesto no antigo Convento de Santo Antônio.

Também foi construída na ilha a Igreja dos Calvinistas Franceses, prédio que copiava a Catedral de Haarlem na Holanda, além de saneamento e calçamento de diversas ruas.

Nassau fez construir a primeira ponte de grandes proporções (318 m) do Brasil, ligando Mauritsstad ao Recife, além de uma ponte ligando Mauritsstad ao continente e outra sobre o Rio Afogados.

Outro palácio foi construído pelo conde como residência particular, o Palácio da Boa Vista (Schoozit), aonde hoje existe a Basilica de Nossa Senhora do Carmo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Babel das Américas

Com a invasão dos holandeses em Pernambuco, a Cia. das Índias Ocidentais, uma verdadeira multinacional do século XVII, trouxe uma multidão de gente de todos os lugares do mundo.

Além dos índios, a quem os holandeses chamavam de brasilianner já viviam na povoação dos Arrecifes os negros escravos, vindos de diversas regiões da África, os colonizadores portugueses e os espanhóis, desde a junção das coroas lusa e hispana em 1580. Os nascidos no Brasil eram conhecidos como mazombos. Os índios falavam principalmente o tupi-guarani, além do gê e do cariri., enquanto os negros, o banto e o sudanês. 

Junto com os holandeses, veio também a tolerância religiosa, determinada mesmo em um regimento dos Estados Gerais dos Países Baixos. Aos judeus e cristãos-novos que já viviam em Pernambuco (apesar da Inquisição) juntaram-se outros vindos de toda Europa. Os judeus de origem Ibérica, os sefarditas, usavam um idish mesclado ao espanhol.

Com os imigrantes judeus em conjunto com os mercenários e funcionários da Cia. das Índias Ocidentais era comum ouvir-se nas ruas do Recife as mais diversas línguas tais como: holandês, alemão, inglês, francês, norueguês, castelhano e português, além de dialetos ameríndios e africanos.