domingo, 27 de outubro de 2013

Golijath

Natural de Schiedam, Holanda, nascido em data indeterminada por volta de 1610, Cornelis Bastiaanszoon Golijath, foi um dos cartógrafos que estiveram no Brasil holandês, desde os primeiros anos da conquista de Pernambuco.

Quando do ataque das tropas de Matias de Albuquerque, que saíam vencidas do Arraial do Bom Jesus, à Porto Calvo em 1635, Golijtah, que trabalhava como escrivão dos holandeses, foi capturado e enviado à Bahia e em seguida à Portugal. Conseguindo chegar à Holanda, ele retorna ao Brasil a tempo de participar do assalto de Nassau a Salvador em 1638, elaborando mapas do litoral e das fortificações da cidade, sendo esses documentos posteriormente enviados à Holanda. Após o retorno ao Recife da infrutífera expedição, Golijath continua seu trabalho na corte de Nassau, realizando levantamentos da costa e dos povoamentos do nordeste brasileiro, que foram levados à sede da WIC e aos Estados Gerais em abril de 1639.

Em 1641, enquanto seguia para Portugal como representante do Conde de Nassau para a aclamação do Rei D. João IV, o cartografo foi feito prisioneiro por piratas argelinos quando o navio em que viajava seguia da Ilha da Madeira para Lisboa. Após “passar pelas maiores misérias” segundo carta dele à Nassau, Golijath consegue voltar à Holanda onde se casa em 1644.

Pela terceira vez, Golijath volta ao Recife em julho de 1645, agora como capitão do navio Oranjeboom, permanecendo até março de 1646 quando parte para a Holanda. No ano seguinte é contratado como engenheiro da Ilha de Walcheren, província de Zeeland, Holanda.

No ano de 1648 foi publicado em Amsterdam, por Claes Janszoon Visscher um mapa, elaborado por Golijath, da região do Recife e Olinda, onde constam inúmeras informações da localização de casa, engenhos de açúcar, currais de gado, canaviais, fortes e trincheiras. Segundo o pesquisador José Antônio Gonsalves de Melo em seu excepcional trabalho A Cartografia Holandesa do Recife, esse é o melhor mapa do Recife elaborado durante o período holandês. Foi reeditado diversas vezes e inclusive, aparece no quadro do pintor neerlandês Cornelis de Man.