domingo, 22 de março de 2015

Olinda e o Recife Vistas Pela WIC

Ao conquistar Olinda e o Recife em 1630 a Companhia das Índias Ocidentais (WIC) inclui o Brasil entre as colonias holandesas espalhadas pela América, África e Oceania. Johannes de Laet, geografo e diretor da WIC, escreve um relatório que foi publicado em 1644 com o título de "História ou Anais dos Feitos da Companhia Privilégiada das Índias Ocidentais desde o começo até o fim do ano de 1644". Ao narrar a invasão de Pernambuco, De Laet descreve Olinda e o Recife, citando o Seminário de Olinda (jesuítas), o istmo, o porto do Recife e os fortes do Mar e de São Jorge:

Antes de escrevermos o que se passou posteriormente, será conveniente que digamos um pouco da situação e grandeza da capitania de Pernambuco. É realmente umas maiores que se encontram em todo o Brasil, pois se estende para o sul até o rio S. Francisco, pelo qual é separada da Capitania da Bahia de Todos os Santos, e para o norte até a Capitania de Itamaracá, contando entre esses limites cerca de 90 léguas ao longo da costa.

Os portugueses possuíam nesta capitania 11 lugares povoados, dos quais o primeiro e mais importantes era Olinda, situada a cerca de 8 graus de latitude ao sul do equador. Essa cidade de achava bem colocada na costa do Atlântico e apresentava um belo e risonho aspecto do lado do mar. No ponto mais elevado da cidade ficava o convento dos jesuítas, belo e bem edificado, dispondo de rendas importantes, muitos prédios, terras e animais por todo o interior do país...

Ao sul da cidade, entre o Rio Beberibe e o mar, estende-se uma estreita península em cuja ponta está uma povoação chamada Recife, onde fazem o embarque e o desembarque de todas as mercadorias e onde habitava muita gente. Perto do meio dessa nesga de terra, que tem quase uma légua de extensão, do lado do mar, está o Poço, no qual grandes navios podem ancorar, pois tem ordinariamente 18 a 19 pés d’água. Do outro lado do Poço, na ponta do recife de pedra (que se estende ao longo da costa do Brasil, com varias interrupções), estava um fortim ou torre redonda, construído havia muitos anos, de pedra duríssima, quase dentro do mar, e fazendo face a esse, já na citada nesga de terra ou península do Recife, havia outro a que os portugueses chamavam S. Jorge. Em tais condições se achava Olinda quando os nossos a tomaram, conforme já ficou descrito.

Um comentário:

  1. Olá, muito boa noite!!!
    Muito útil o post, acho que vou precisar de muitas informações de quem escreveu.

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