sábado, 18 de abril de 2015

A Várzea do Capibaribe

A região a oeste do Recife, distando cerca de 10 km do porto e banhada pelo Rio Capibaribe, ficaria conhecida como Várzea do Capibaribe, sendo a primeira a ser ocupada para o cultivo da cana de açúcar na capitania de Pernambuco. Além da cana de açúcar, as matas ribeirinhas eram ricas em pau-brasil, tornando ainda mais valiosa aquela região.

Com terras férteis, clima propício e muita água, surgiram vários engenhos na Várzea. O primeiro engenho implantado na área foi o Santo Antônio, de Diogo Gonçalves. Atraídos pelo açúcar produzido em Pernambuco, os holandeses invadiram a capitania tomando Olinda e o Recife em 1630. Nessa época, a Várzea contava com 16 engenhos de açúcar que transportavam seu precioso produto através do Rio Capibaribe para o porto do Recife.

Segundo Duarte de Albuquerque Coelho, quarto donatário de Pernambuco, os moinhos (engenhos) eram: Santo Antônio, do Meio, Curado, Torre, Madalena, Apipucos, São Pantaleão do Monteiro, Casa Forte, Jequiá, Ambrósio Machado, Francisco de Brito, Luís Braga Bezerra, D. Catarina, do Brum, Camaragibe e Caxangá. Por concentrarem grande número de pessoas, entre nobres, escravos, comerciantes, artesãos e agricultores, esses engenhos de açúcar tornaram-se núcleos de povoações que evoluíram para bairros e vilas.

A mais importante dessas fábricas de açúcar foi o engenho São João, cujo proprietário, João Fernandes Vieira, foi um dos líderes da Insurreição Pernambucana, contribuindo com meios materiais e incentivando os outros senhores de engenho a lutarem contra a dominação holandesa no Brasil.

Nas terras da Várzea, funcionaram durante o período holandês, algumas instituições de Olinda como o Senado, o Hospital Militar e a Santa Casa de Misericórdia. Dessas terras partiram as tropas que enfrentaram e bateram os mercenários da Companhia das Índias Ocidentais e retomaram o Nordeste brasileiro para a Coroa portuguesa.