quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O conde Maurício de Nassau

Johann Moritz von Nassau-Siegen nasceu no dia 17 de junho de 1604 no castelo de Dillenburg, perto de Siegen, centro-oeste da Alemanha.

Era o 13º filho de Johann von Nassau-Siegen e o primogênito da sua segunda esposa, Margaretha von Schleswig-Holstein, nobre da Dinamarca.

Foram seus padrinhos o avô materno, duque Johann von Schleswig-Holstein e o primo do seu pai, Moritz Oranje-Nassau, filho de Guilherme I, "O Taciturno" (Willem I, de Zwijger), príncipe de Orange.

Aos dois anos, Nassau e sua família mudam-se para Siegen. Ele estudou na Basileia, Genebra e Kassel. Em 1620 ingressa no exército das Províncias Unidas (Holanda, Frísia, Guerlândia, Utrecht, Zelândia, Overrissel e Groeninga) com o posto de alferes.

Foi promovido a capitão em 1626, a tenente-coronel em 1629 e a coronel em 1633.

Seu maior feito militar antes da vinda para o Brasil foi a tomada da fortaleza de Schenkenshans numa ilha do rio Reno, último reduto dos espanhóis na Alemanha.

Existe certa confusão entre os nomes de Maurício de Nassau-Siegen e o do seu primo e padrinho Maurício de Orange-Nassau de quem inclusive recebeu o nome como homenagem. Este primo também distinguiu-se como militar, sendo responsável pela reforma do exército holandês com a introdução das primeiras armas de fogo em larga escala e a profissionalização dos oficiais.

Após sua volta para a Europa, Maurício de Nassau-Siegen fica conhecido como Nassau, o Brasileiro.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Frans Post

Nascido em 1612 na cidade holandesa de Haarlem, Frans Janszoom Post chegou ao Brasil juntamente com a comitiva de Nassau em 1637.

Era filho do pintor de vitrais Jan Janszoon Post e de Francyntie Peters. Tinha mais dois irmãos e uma irmã. Seu irmão mais velho, Pieter, foi responsável pela obra da Mauritshuis em Haia e teria indicado o irmão para integrar a missão cientifica e artística  de Maurício de Nassau na conquista sulamericana. 

Estudando o paisagismo, principal gênero de pintura da época, Post desenvolveu-se como desenhista, pintor e gravador e tornou-se o primeiro europeu a retratar a fauna, flora, geografia, os nativos e outros moradores do país. Acostumado aos céus cinzentos e horizontes limitados do norte da Europa, Frans Post ficou deslumbrado com as cores e imensas paisagens que o Novo Mundo lhe descortinou.

Seus trabalhos foram primeiramente divulgados no livro Rerum per Octennium in Brasilia... escrito pelo belga Gaspar Barleus, sob encomenda de Nassau e publicado em Amsterdam em 1647. Aí estão contidas 31 ilustrações de Post entre paisagens e cenas de batalhas. Durante quase 200 anos esse livro foi o único documento visual feito por alguém que realmente esteve no Brasil.

Sua obra conta com 157 quadros a óleo, 57 desenhos e 33 gravuras. Foram retratados não só o Nordeste brasileiro como Luanda, São Tomé e Gana, na costa ocidental africana. Quando Nassau retornou a Europa em 1644, Post o acompanhou.

Acometido pelo alcoolismo, a produção de Post cai de qualidade nos últimos anos de sua vida, vindo a falecer em sua cidade natal em 18 de fevereiro de 1680. Foi enterrado na Groote Kerk, igreja em estilo gótico de Haarlem.  

Inicialmente pouco reconhecido como grande artista, Post hoje figura como importante nome da pintura holandesa do século XVII. Seus trabalhos estão presentes em diversas obras de outros mestres como Joannis Bleu, Claes Jansz Visscher, Cornelis Golijath, Arnoldus Montanus e frei João José de Santa Tereza. O Instituo Ricardo Brennand possui a maior coleção de quadros de Frans Post em todo o mundo.

domingo, 26 de setembro de 2010

Georg Marcgrave

Georg Marcgrave não chegou ao Brasil holandês junto com Nassau, mas foi um dos mais importantes cientistas que esteve na corte do conde no Recife. Pouco conhecido do público em geral que normalmente apenas sabe dos pintores Post e Eckhout, Marcgrave foi o primeiro astronomo a fazer observações e trabalhos científicos no hemisfério sul.

Marcgrave nasceu em 20 de setembro de 1610 em Liebstadt, leste da Alemanha e estudou em diversas universidades da Europa. Dedicou-se a pesquisa em várias áreas como medicina, botânica, cartografia e astronomia. Indicado por Jan de Laet, da Universidade de Leiden na Holanda, Georg Marcgrave chega ao Recife em 1638.

Marcgrave fez um extenso levantamento da fauna e flora do Brasil holandês. O resultado desse trabalho foi o livro História Naturalis Brasiliae, em parceria com o médico e naturalista Willem Piso e publicado em 1648 na Holanda por de Laet, quatro anos após a morte de Marcgrave em Angola.

Tão importante quanto os feitos como naturalista foram os trabalhos de Marcgrave no campo da astronomia. Ele montou um observatório astronômico, o primeiro no hemisfério sul do planeta, na primeira casa de Nassau no Recife, hoje esquina da Rua 1º de Março com a Rua do Imperador.

Dentre as obras de Marcgrave é de extrema importância a observação e registro de diversos planetas e eclipses do Sol e da Lua com instrumentos científicos (luneta, quadrante, sextante) e a partir desses dados o cálculo da distância entre a Europa e a América.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A corte de Nassau

Maurício de Nassau trouxe para o Recife uma variada equipe de artistas e técnicos para estudar todos os aspectos das terras brasileiras.

Nassau estava acostumado ao convívio com cientistas e artistas desde jovem na Europa, principalmente após sua amizade com Constantijn Huygens, secretário particular do príncipe Frederik Hendrics da Holanda e grande incentivador das artes e ciências, sendo ele mesmo diplomata, poeta e arquiteto.

Destacam-se presentes na corte de Nassau: os pintores Frans Post, Albert Eckhout e Zacarias Wagener; o astrônomo Georg Marcgrave e o cartógrafo Cornelis Golijath; o médico e naturalista Willem Piso, além do seu capelão e poeta Franciscus Plante.

Era a primeira grande missão científica a aportar no hemisfério sul do planeta.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Os planos para o Recife

Após expulsar as tropas portuguesas para além do rio São Francisco, Nassau começa a organizar o Brasil holandês que estava com sua economia destroçada devido a guerra.

Nassau manda leiloar os diversos engenhos cujos donos haviam fugido para a Bahia e cria as Câmaras de Escabinos para ajudar na administração das províncias.

Ele fixou residência no Recife, na ilha de Antônio Vaz, desde sua chegada e iniciou um processo de urbanização do local. O grande número de pessoas vivendo e trabalhando no Recife aumentava cada vez mais com a destruição de Olinda e a chegada de imigrantes de toda a Europa.

Além de realizações no campo das construções como pontes, palácios, jardins, observatório, mercados e saneamento, Nassau pretendia transformar o Recife num dos principais centros urbanos de toda a América com a implantação de uma universidade e um porto de comércio livre com todas as nações.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A chegada de Nassau

Em 1636 Maurício de Nassau servia no exército de seu tio, o príncipe Frederik Hendriks, como coronel de um regimento de cavalaria na Alemanha.

Quatro anos antes Nassau havia iniciado a construção de seu palácio em Haia na Holanda e tinha dificuldade com os altos custos do empreendimento.

Surge então a oportunidade de tornar-se Governador do Brasil neerlandês por designação da Companhia das Índias Ocidentais com elevados rendimentos e um adiantamento de 10 meses de seu soldo. A WIC nunca havia contratado um administrador de tão elevada posição social.

Nassau aceita a proposta e aporta no Recife em 23 de janeiro de 1637 com uma flotilha de apenas quatro navios. Por outro lado, o Governador e Capitão Geral de Terra e Mar se fez acompanhar de uma comitiva de artistas, cientistas e engenheiros que iria mudar o Recife para sempre.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Escolha do Recife

Quando os holandeses invadiram Pernambuco em fevereiro de 1630 em busca do açúcar produzido na região, a capital era Olinda, afamada como a mais bela vila da América portuguesa.

Em poucos dias as forças invasoras da Cia. das Índias Ocidentais dominaram Olinda e o Recife, que era um pequeno povoado habitado por pescadores e marujos. Resolveram fixar-se nesta última por ser de mais fácil defesa e pelo seu porto natural.

Em 25 de novembro de 1631 os holandeses incendeiam Olinda destruindo praticamente tudo e proibindo a reconstrução de qualquer prédio.

O Recife passou a ser a sede do Brasil holandês e diversas fortificações e armazéns foram sendo erigidos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Recife - O início

O primeiro registro histórico do Recife foi em 12 de março de 1537, quando o então donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, doou ao Conselho da vila de Olinda as terras daquela localidade. O documento ficou indevidamente conhecido como Foral de Olinda.

O lugar, citado como Arrecife dos Navios, era um ancoradouro cujo nome vinha da formação rochosa marinha presente em toda costa pernambucana, sobretudo onde os recifes chegam a formar um porto natural. Mais tarde, surgiria a futura capital de Pernambuco.

A data de 12 de março foi adotada como aniversário de Olinda e Recife.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Nassau, O Brasileiro

Muitos acreditam ter sido Maurício de Nassau holandês.

Tal engano se deve por sua vinda ao Brasil ter ocorrido através de sua contratação pela Companhia das Índias Ocidentais, empresa holandesa que administrava o Brasil holandês. Nassau veio para o Recife com o título de Governador e Capitão Geral de Terra e Mar.

Na verdade Johann Moritz von Nassau-Siegen era alemão, nascido em 17 de junho de 1604 no castelo de Dillenburg, Siegen, centro-oeste da Alemanha, apesar de sua família ter íntima ligação com a Casa de Orange, da nobreza da Holanda.

Posteriormente, para diferencia-lo de seu padrinho e tio Maurício de Orange-Nassau, ele seria conhecido como Nassau, O Brasileiro.