Em
1600, por decisão do príncipe Maurits van Oranje-Nassau,
é criada na Universidade de Leiden, Holanda, a Duytsche Mathematique, idealizada pelo matemático Simon Stevin. Era
uma escola de caráter técnico-prático, cujo objetivo era a formação de
engenheiros militares, agrimensores, mestres em carpintaria, mestres
construtores de fortes e vilas, além de técnicos na confecção de mapas e
traçados urbanos.
Esses homens eram
fundamentais para a conquista e desenvolvimento dos mares e territórios que a
Holanda procurava dominar em todo mundo.
Com
a invasão dos neerlandeses, primeiro em Salvador, entre 1624 e 1625, e depois em
Pernambuco, onde dominaram de 1630 até 1654, ficou demonstrado que eles
estudavam o litoral norte-nordeste brasileiro há muito tempo, através da
cartografia levantada por técnicos e homens do mar. Destacaram-se: Abraham
Ortelius (mapa mundi e carta do novo mundo), Isaak Comelin (mapas de Olinda, Cabo de Sto. Agostinho e da Baia de Todos os Santos), Jan
Huigen van Linschoten (roteiro de navegação da Europa para os principais portos
do Brasil), Dirck Symonsz (carta náutica da costa de Pernambuco), Claes Janzoon
Visscher (mapa com frota da invasão de Olinda), Hessel Gerritsz (cartógrafo da WIC com trabalhos sobre a invasão de
Salvador e de Pernambuco) e Cornelis Golijath (mapa detalhado do Recife e
Olinda, 1648).
Além
desses cartógrafos, os neerlandeses utilizaram vários engenheiros para traçar e
construir prédios civis e militares no Brasil: Tobias Commersteijn, que veio na
frota de invasão e projetou o Forte de Cinco Pontas e Pieter van Bueren, que
executou o projeto do forte, além de plantas de Olinda. Andreas Drewisch, Forte
do Brum e planta da ilha de Antonio Vaz, e Hendrik van Berchem, engenheiro do
Conde de Nassau, morto no ataque a Salvador, 1638.
Os
holandeses também utilizaram o serviço de técnicos portugueses como Cristovão
Álvares, responsável por obras no Castelo do Mar e na vila de Olinda, e de outras nacionalidades a exemplo do
inglês Richard Carr, que construiu o Forte Schoonenborch no Ceará e do francês
Pierre Grondeville que traçou planta de Porto Calvo no ataque de Nassau em
1637. Finalmente, não podemos deixar de destacar o alemão Georg Marcgrave,
cartógrafo, astrônomo e naturalista que Nassau trouxe para fazer um vasto levantamento
das terras, céus, animais e plantas do Brasil holandês.
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