Cuthbert
Pudsey foi um mercenário inglês a serviço da WIC no Brasil desde a invasão em
1630, permanecendo até 1640 quando segue para as Antilhas, volta a Pernambuco e então retorna à Europa. Escreveu um diário onde narra a
viagem marítima até Pernambuco, e descreve o país, seus habitantes, animais e plantas,
além dos combates pela posse da terra:
Agora inventaram os engenhos
para moer suas canas de açúcar. Seus escravos devem plantar e cortar sua cana,
que só necessita ser plantada uma vez a cada sete anos.
Fundidores para fundir
suas caldeiras. Pedreiros para fazer os fornos. Carpinteiros para fazer baús.
Outros apressam-se a erguer igrejas. Em cada engenhou uma capela, uma escola,
um padre, um barbeiro, um ferreiro, um sapateiro, um carpinteiro um marceneiro,
um oleiro, um alfaiate, e todos os outros artífices necessários. Pois cada engenho
é como um estado em si mesmo e o senhor do engenho justiceiro e juiz em si
mesmo.
Quando o engenho mói,
ha uma roda que gira por meio de água ou de bois, que movem dois grandes
pilares que são construídos redondos, reforçados com ferro, dispostos de modo a
estarem próximos um do outro sem se tocarem. E entre esses pilares costuma-se
alimentá-los com as canas por dois ou três escravos que passam e repassam a
cana. O suco é destilado em certas calhas que o levam até as caldeiras, que
trabalham em sequencia, escumando e refinando essa sopa até que ela chega ao
ponto de açúcar.
Costumam então, depois
que ele está frio e espesso, colocá-lo em formas, e sobre estas, depois de ter ficado
certo tempo, tem uma espécie de ciência de fazer uma mistura de cinzas de
madeira e óleos com a qual cobrem suas formas para tomar seu açúcar branco e para
fazer com que a escória purgue dele. Então, após ter ele estado por cerca de 4
meses no armazém para purgar, sacam-no das formas & quebram-no, secando-o
ao sol, o que o torna tão branco como a neve. Feito isto, pesam-no &
põem-no em caixas adaptadas para a venda.
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