Os registros históricos das
terras das chamadas Alagoas vem de antes do descobrimento oficial do Brasil em
1500. As costas da região entre o Rio Una e o Rio São Francisco eram acessadas
por navegantes europeus que mantinham contato com os índios Caetés em busca do
pau brasil. O nome Alagoas era originário das duas lagoas costeiras que existem
a meio caminho entre os dois rios citados antes. Chamam-se Mundaú e Manguaba,
ricas em peixes e frutos do mar, inclusive o famoso sururu.
Com a implantação do sistema
de Capitanias Hereditárias a região das Alagoas fazia parte da Capitania de
Pernambuco, do donatário Duarte Coelho Pereira. A colonização teve início com a
fundação de Penedo, cerca de 30 km do litoral, na margem esquerda do São
Francisco. A região começou a produzir cana de açúcar e surgiram diversos
engenhos. Também foram implantados currais de gado e lavouras de fumo. Quase
tudo era levado para Olinda, Recife e arredores. Também importante foi a região
de Porto Calvo, na zona da mata norte, com engenhos de açúcar, e que servia de
pouso para viajantes com destino ao Rio São Francisco. No litoral, próximo às duas lagoas, estavam os portos de Jaraguá e do Francês.
Um fato que marcou Alagoas
no século XVI foi a morte do bispo D. Pero Fernandes Sardinha em 1556. O navio
em que o primeiro bispo do Brasil seguia de Salvador para Portugal naufragou no
litoral da atual cidade de Coruripe e tendo conseguido chegar à praia, foi
preso e depois devorado pelos índios Caetés. Em retaliação, os portugueses
enviaram uma expedição sob comando de Jerônimo de Albuquerque que exterminou
grande número dos indígenas daquela tribo.
Seguindo a invasão neerlandesa de
1630 o território alagoano foi palco de muitas lutas que destruíram plantações
e engenhos de açúcar. Os principais focos das contendas foram Porto Calvo e
Penedo, que trocaram de mão várias vezes. Os holandeses construíram fortes nas
duas vilas e os luso-brasileiros foram empurrados para além do Rio São
Francisco, tendo os homens da Companhia das Índias Ocidentais chegado até
localidades de Serigipe d’El-Rey, hoje Sergipe, na margem oposta do grande rio.
Chegando a Penedo em 1637, o
Conde Maurício de Nassau enxergava na região um grande potencial para a
agricultura e pecuária, tendo escrito ao Príncipe de Orange, Frederik Hendrik,
pedindo recursos humanos e materiais para colonizar aquelas localidades.
No século XVII nas terras das
Alagoas também surgiu o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, hoje União
dos Palmares. Reunia negros escravos fugidos de diversas localidades do
Nordeste e que se organizaram em uma sociedade que cultivava diversas lavouras,
além de praticar a caça, pesca e o artesanato, que trocavam por outros produtos
com as comunidades vizinhas. Após um século de resistência aos ataques externos
o Palmares foi conquistado em 1696 pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, que
matou o último chefe dos quilombolas, Zumbi. Sua cabeça foi levada ao Recife e
exposta no Pátio do Carmo como exemplo de punição aos escravos.
A comarca de Alagoas foi criada pelo Ato Régio
de 09 de outubro de 1710, sendo instalada no ano seguinte. Em 16 de setembro de
1817 ela foi desmembrada da capitania de Pernambuco em retaliação da Coroa pela
Revolução Pernambucana daquele ano.
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