Situada
em uma planície espremida entre o Rio Capibaribe, Rio Beberibe, o Atlântico e
os arrecifes, o Recife foi sendo tomado ao mar e aos mangues através de aterros
iniciados pelos neerlandeses quando de sua permanência no Nordeste brasileiro
entre 1630 e 1654.
Inicialmente
o acesso entre as ilhotas, o arrecife e o continente era feito por embarcações
de diversos tipos, inclusive a jangada, já utilizada pelos indígenas quando da
chegada dos primeiros europeus no século XVI.
Com
o aumento das atividades comerciais e mesmo das operações militares foi sendo
necessário o transporte de grandes quantidades de materiais diversos, além de
muitas pessoas, e somente os barcos não eram mais suficientes. Foi necessária a
construção de acessos fixos que não ficassem à mercê das marés e dos ventos.
A primeira ponte de
grandes proporções foi pensada por Maurício de Nassau para ligar o Recife à Ilha
de Antônio Vaz - Mauritstad e foi inaugurada, depois de algumas dificuldades
técnicas, em 28 de fevereiro 1644, mas desde os primeiros dias da invasão os
comandantes holandeses viam a necessidade de uma ponte que ligasse a região do
porto à terra firme. A ponte, hoje denominada Maurício de Nassau, foi construída
com 15 pilares de pedra e 10 de madeira, numa extensão de 318 m. Houve,
inclusive, o evento do boi voador ou boi de Belchior Alvares, quando Nassau
teria feito uma encenação com um animal empalhado pendurado em cordas, para
atrair o povo para a inauguração da ponte.
Essa ponte foi
reformada em 1742 e demolida em 1862, sendo substituída por uma ponte de ferro
em 1865. Não suportando a ação da maresia, em 1917 foi construída a ponte atual
em concreto. Tem quatro estátuas de ferro fundido, sendo duas em cada
cabeceira, representando as deusas da sabedoria (Minerva), da agricultura
(Ceres), do comércio (Hermes) e da justiça (Themis). No passeio do lado sul
também está instalada a estátua do poeta Joaquim Cardoso.
Poucos meses depois da Maurício de Nassau foi construída uma ponte na Boa Vista. O Conde havia construído uma residência denominada Boa Vista onde hoje existe o convento e igreja do Carmo e desejava ligar o local ao continente. Foi erguida em estacas de madeira e durou até meados do século XVIII.
Entre 1909 e 1918 foi construída outra ponte no local para suportar as tubulações de água e esgoto, além de dar passagem aos automóveis. Foi inaugurada em 06 de março de 1921, em homenagem à Revolução de 1817 e teve seu nome oficial denominado Ponte 06 de Março, apesar do nome popular de Ponte Velha.
Foi reformada em 1976 sem sofrer grandes alterações nos seus aspectos principais como postes de iluminação e grades.