segunda-feira, 14 de agosto de 2023

A Cidade dos Rios e das Pontes IV

A ponte mais ao norte do Recife liga a região do porto, no bairro do Brum, ao bairro de Santo Amaro, através do Rio Beberibe, que vem de Olinda se juntar ao Rio Capibaribe antes de desaguar no Atlântico. Denominada Ponte do Limoeiro, originalmente era uma ponte férrea de 1881 que suportava apenas a linha da Great Western que demandava à cidade de Limoeiro, no agreste de Pernambuco.

Essa ponte foi desativada e outra em concreto foi inaugurada em 30 de julho de 1966 construída pela empresa Christian Nielsen.

A antiga estação do Brum, ponto de partida do trem, ainda existe e atualmente é o Memorial de Justiça de Pernambuco. Participaram do projeto de restauração do prédio os arquitetos Hélio Moreira, José Luiz da Mota Menezes, Luciana de Vasconcelos Menezes e Cristina Nery, o desenhista Ademilson Mendes da Silva, e o artista plástico Jobson Figueiredo, que fez a recuperação das peças e estruturas em metais.

No extremo norte da Ilha de Antônio Vaz, no lado oeste, a Ponte Princesa Isabel liga aquela ilha na altura do Teatro de Santa Isabel ao continente, pela Rua Princesa Isabel. É a última ponte do Rio Capibaribe pela região norte do Recife.

Inaugurada em 02 de dezembro de 1863, projeto do engenheiro francês Louis Léger Vauthier, foi construída em ferro sob supervisão do engenheiro inglês William Martineau. Foi a primeira ponte metálica da cidade.

Essa ponte foi reconstruída em 1913 e reformada em 1967 por ter sido danificada pelas enchentes do Rio Capibaribe que ocorreram nos dois anos anteriores.

Segundo alguns documentos, o nome oficial seria Ponte Santa Isabel, enquanto outros a denominam Ponte Pedro II, Imperador do Brasil à época da inauguração.

Outra ponte marcante da paisagem do centro do Recife é a Ponte da Boa Vista. Foi construída em 1815 pelo engenheiro Antônio Bernardino Pereira do Lago, que utilizou gradis de ferro e calçamento de seixos, além de bancos. 

Em 1874, sob projeto do engenheiro Francisco Pereira Passos, foi reconstruída, como a ponte atual em ferro batido importado da Inglaterra. A ponte sofreu muitas avarias nas enchentes do Rio Capibaribe que castigaram o Recife na década de 1960. Possui quatro pilastras metálicas, duas de cada lado do rio, onde estão assinalados importantes episódios da história de Pernambuco.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

A Cidade dos Rios e das Pontes III

Para consolidar sua presença no Recife, Maurício de Nassau constrói sua residência oficial na chamada Ilha dos Navios,  Ilha de Santo Antônio,  ou Ilha de Antônio Vaz, que era o antigo Porteiro da Alfândega de Pernambuco e Juiz de Peso do pau brasil e tinha a melhor casa da região no início do século XVII.

O Palácio das Torres, erguido por Nassau, foi inaugurado em 1644 e tornou-se a edificação mais importante de todo norte e nordeste do Brasil. Até o século XIX a única ligação entre o Recife (a região do porto) e a Ilha de Antônio Vaz era a Ponte de Nassau, mais ao sul. Só em 1845 foi construída, mais ao norte, uma ponte de madeira, chamada Ponte Provisória, que ia do Cais do Apolo à Praça da República, onde outrora havia o palácio de Nassau. A ponte também servia para suportar os canos d’água da Companhia do Beberibe que levavam água para o Recife.

Em 1882 foi iniciada a construção da ponte definitiva, com 288 m de extensão, por iniciativa do ministro Manoel Buarque de Macedo e projeto do engenheiro Alfredo Lisboa. A ponte, que ficou denominada Buarque de Macedo, foi inaugurada em 20 de janeiro de 1890, tendo sofrido reformas em 1922. É a ponte mais extensa do centro do Recife.

A terceira ponte que liga o Recife à Ilha de Santo Antônio é a antiga Ponte Giratória, na região do bairro de São José. Sua construção foi iniciada em 1920 no âmbito da ampliação do porto do Recife e inaugurada no final de 1923. Era uma ponte rodoferroviária que girava sua seção central sobre um pivô e permitia a passagem de embarcações indo e vindo do Rio Capibaribe na região da Alfandega.

Essa ponte funcionou até 1970 quando se iniciou sua desmontagem e substituição por uma ponte de concreto que foi inaugurada em 1973 com o nome de !2 de setembro, em homenagem ao dia em que iniciaram-se as obras de reforma do porto em 1918. Da antiga ponte restaram os pilares que podem ser vistos ainda hoje.