Com a conquista de Pernambuco pelos holandeses, os judeus que viviam em grande número na Holanda, vindos principalmente de Portugal e Espanha além de outras partes da Europa como Alemanha e Polonia, fugindo da Inquisição, vislumbraram boas oportunidades no Brasil e passaram a emigrar para o Recife. Alguns cristãos-novos que já residiam em Pernambuco re-assumiram sua condição judaica sob o domínio e tolerância dos invasores da Cia. das Índias Ocidentais.
A partir da consolidação das conquistas no Brasil, o contingente de judeus cresceu e eles se estabeleceram como empreendedores em diversos ramos como o comércio do açúcar e do tabaco, cobrança de impostos, empréstimo de dinheiro e tráfico de escravos. A maioria dominava tanto o português quanto o holandês o que lhes conferiam imenso diferencial nos negócios. Tinham seu próprio cemitério, escolas e organizações de ajuda às viúvas e órfãos.
Em 1636, os principais comerciantes judeus compraram um terreno no Recife onde se instalaram. O local ficou conhecido como Jodenstraat ou Rua dos Judeus. Com a expulsão dos holandeses, foi rebatizada como Rua do Bom Jesus.
Chegando ao Recife em 1637, Nassau procurou desenvolver a tolerância entre os holandeses (calvinistas), portugueses (católicos) e judeus com o objetivo de incrementar o comércio e a paz entre esses povos. Segundo o professor Ronaldo Vainfas: "o conde de Nassau foi, sobretudo, um administrador de conflitos na sociedade pernambucana".
Nassau teve tanto sucesso na sua política com os judeus que estes, ao saberem de sua volta para a Europa, ofereceram ao conde, caso ele permanecesse no cargo, uma doação mensal de três mil florins, segundo o documento chamado Petição da Nação Hebraica.
Espaço dedicado à cidade do Recife, ao período do Brasil holandês e ao príncipe Johann Moritz von Nassau-Siegen

quarta-feira, 13 de julho de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
História dos Feitos Recentemente Praticados...
Tendo voltado para a Europa em 1644, Nassau encarregou o historiador e poeta belga Caspard van Baerle, mais conhecido pelo nome latino de Gaspar Barleus, de escrever um relato de suas atividades à frente do Brasil holandês.
Rervm per octennivm in Brasilia et alibi nuper gestarum, sub praefectura Illustrissimi Comitis I. Mavritti Nassoviae & c. Comitis, nunc Vesaliae Gubernatoris & Equitatus Foederatorum Belgii Ordd. sub Avriaco Ductoris (História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil e noutras partes sob o governo do Ilustríssimo Conde J. Maurício de Nassau, ora Governador de Wesel, Tenente-General da Cavalaria das Províncias Unidas, sob o Príncipe de Orange) foi publicado em latim em 1647 através da renomada tipografia Ioannis Blaeu de Amsterdã.
Mesmo nunca tendo estado no Brasil, Barleus teve acesso aos arquivos de Nassau e produziu um dos mais belos e importantes livros sobre o Brasil holandês e do século XVII, ricamente ilustrado com desenhos e mapas.
Originalmente o livro tinha 340 páginas no formato 49x29 cm, com 56 ilustrações, sendo 27 de Frans Post, mapas de Georg Marcgrave, um mapa de Cornelis Golijath e um retrato de Nassau por Theodoro Matham. Além de aspectos do Brasil, contém informações da África e do Chile. Nassau enviou exemplares da obra para diversos nobres europeus como divulgação de seus feitos nas terras de além-mar.
Foram publicadas edições em alemão (1659), holandês (1923) e português (1940). Em 1980 foi publicada uma edição pela fundação de Cultura da Cidade do Recife em homenagem ao terceiro centenário da morte de Nassau. O Instituto Ricardo Brennand possui dois exemplares desta obra, sendo um de 1659 e outro de 1660.
Rervm per octennivm in Brasilia et alibi nuper gestarum, sub praefectura Illustrissimi Comitis I. Mavritti Nassoviae & c. Comitis, nunc Vesaliae Gubernatoris & Equitatus Foederatorum Belgii Ordd. sub Avriaco Ductoris (História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil e noutras partes sob o governo do Ilustríssimo Conde J. Maurício de Nassau, ora Governador de Wesel, Tenente-General da Cavalaria das Províncias Unidas, sob o Príncipe de Orange) foi publicado em latim em 1647 através da renomada tipografia Ioannis Blaeu de Amsterdã.
Mesmo nunca tendo estado no Brasil, Barleus teve acesso aos arquivos de Nassau e produziu um dos mais belos e importantes livros sobre o Brasil holandês e do século XVII, ricamente ilustrado com desenhos e mapas.
Originalmente o livro tinha 340 páginas no formato 49x29 cm, com 56 ilustrações, sendo 27 de Frans Post, mapas de Georg Marcgrave, um mapa de Cornelis Golijath e um retrato de Nassau por Theodoro Matham. Além de aspectos do Brasil, contém informações da África e do Chile. Nassau enviou exemplares da obra para diversos nobres europeus como divulgação de seus feitos nas terras de além-mar.
Foram publicadas edições em alemão (1659), holandês (1923) e português (1940). Em 1980 foi publicada uma edição pela fundação de Cultura da Cidade do Recife em homenagem ao terceiro centenário da morte de Nassau. O Instituto Ricardo Brennand possui dois exemplares desta obra, sendo um de 1659 e outro de 1660.
terça-feira, 28 de junho de 2011
As Moedas Holandesas
As primeiras moedas feitas no Brasil foram cunhadas pelos holandeses quando do cerco que sofreram em Recife pelas tropas luso-brasileiras. Foram chamadas de moedas obsidionais.
Sem meios para pagamento dos soldados, a Companhia das Índias Ocidentais produziu as moedas obsidionais com as marcas GWC (Gheoctroyeerde West-Indische Compagnie ou Cia. Privilegiada das Índias Ocidentais), Brasil e Anno 1645 ou 1646 (de acordo com o ano). As moedas foram cunhadas com o ouro de um carregamento destinado à Holanda e eram no valor de 3, 6 e 12 florins. Em 1654 com a rendição dos holandeses e a restauração pernambucana, ainda foram cunhadas moedas de prata, estas sem o nome Brasil.
Obsidional significa sítio, cerco ou risco de detenção.
Sem meios para pagamento dos soldados, a Companhia das Índias Ocidentais produziu as moedas obsidionais com as marcas GWC (Gheoctroyeerde West-Indische Compagnie ou Cia. Privilegiada das Índias Ocidentais), Brasil e Anno 1645 ou 1646 (de acordo com o ano). As moedas foram cunhadas com o ouro de um carregamento destinado à Holanda e eram no valor de 3, 6 e 12 florins. Em 1654 com a rendição dos holandeses e a restauração pernambucana, ainda foram cunhadas moedas de prata, estas sem o nome Brasil.
Obsidional significa sítio, cerco ou risco de detenção.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
A Importância da Guerra Contra os Holandeses
O historiador Francisco Adolfo de Varnhagen destacou a enorme importância da resistência e reconquista do solo brasileiro, principalmente o pernambucano, no conflito contra o invasor holandês, comparado-o com a Guerra do Paraguai.
A Guerra do Paraguai foi o maior embate em território sul-americano, envolvendo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, 400 mil combatentes e resultou na morte de cerca de 350 mil pessoas entre civis e militares. Durou de dezembro de 1864 até março de 1870 (menos de 6 anos).
Cita Varnhagen: "Estavamos a serviço em Petrópolis e ainda estava por decidir a titânica luta que o Brasil sustentou com o Paraguai e éramos testemunhas do desfalecimento de alguns, que já se queixavam de uma guerra de mais de dois anos. Para avivar-lhes a lembrança, apresentei-os o exemplo de outra mais antiga, em que o Brasil, ainda insignificante colônia, havia lutado 24 anos sem descanso e por fim vencido, contra uma das nações naquele tempo mais guerreiras da Europa".
A Guerra do Paraguai foi o maior embate em território sul-americano, envolvendo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, 400 mil combatentes e resultou na morte de cerca de 350 mil pessoas entre civis e militares. Durou de dezembro de 1864 até março de 1870 (menos de 6 anos).
Cita Varnhagen: "Estavamos a serviço em Petrópolis e ainda estava por decidir a titânica luta que o Brasil sustentou com o Paraguai e éramos testemunhas do desfalecimento de alguns, que já se queixavam de uma guerra de mais de dois anos. Para avivar-lhes a lembrança, apresentei-os o exemplo de outra mais antiga, em que o Brasil, ainda insignificante colônia, havia lutado 24 anos sem descanso e por fim vencido, contra uma das nações naquele tempo mais guerreiras da Europa".
terça-feira, 21 de junho de 2011
Os Nomes do Recife
Pero Lopes de Souza em seu Diário de 1532 trata o Recife como Barra do Arrecife.
Em 1537, o donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, refere-se ao Recife como Ribeira do Mar dos Arrecifes dos Navios. Também era citada naquela época como Povo (povoado) dos Arrecifes.
James Lancaster, corsário inglês à serviço da Coroa britânica, invadiu o Recife em 1595 e fez um valiosíssimo saque. Ele chamava o local de Cidade Baixa.
No século XVII, com a tomada das capitanias do norte pelos neerlandeses da WIC, o povoado do Recife foi muito desenvolvido pelo Conde Maurício de Nassau, sendo denominado Maurícia ou Mauritsstad.
O governador de Pernambuco, Sebastião de Castro Caldas, no dia 19 de novembro de 1709, elevou o Recife à categoria de vila com a designação de Santo Antônio do Recife, restringindo-se seu território aos atuais bairros do Recife, Santo Antônio e São José. As outras localidades como Várzea, Boa Vista, Afogados e Jaboatão continuavam vinculadas a Olinda.
O Recife passou à categoria de cidade pela Carta Imperial de 5 de dezembro de 1823 e a capital de Pernambuco em 15 de fevereiro de 1827.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
O Arraial Novo do Bom Jesus
Por determinação do mestre-de-campo João Fernandes Vieira, inicou-se em setembro de 1645 a construção de uma fortificação na zona oeste do Recife, próximo à várzea do Capibaribe, ficando conhecida posteriormente por Forte ou Arraial Novo do Bom Jesus.
Era destinado a armazenar víveres e material bélico para as tropas luso-brasileiras na guerra contra os holandeses e estava armado com canhões conquistados aos invasores em outras localidades.
Concluída sua construção de terra batida em janeiro de 1646, foi o ponto inicial do movimento das forças aliadas que venceram os holandeses nas duas batalhas dos Guararapes em 1648 e 1649 e na reconquista do Recife e Maurisstadt em 1654.
Localizado no atual bairro do Engenho do Meio, em uma praça na Av. do Forte, possui uma coluna comemorativa erguida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco em 1872 e restaurado em 1917. Atualmente não existe nenhuma ação de recuperação ou pesquisa arqueológica no local.
Era destinado a armazenar víveres e material bélico para as tropas luso-brasileiras na guerra contra os holandeses e estava armado com canhões conquistados aos invasores em outras localidades.
Concluída sua construção de terra batida em janeiro de 1646, foi o ponto inicial do movimento das forças aliadas que venceram os holandeses nas duas batalhas dos Guararapes em 1648 e 1649 e na reconquista do Recife e Maurisstadt em 1654.
Localizado no atual bairro do Engenho do Meio, em uma praça na Av. do Forte, possui uma coluna comemorativa erguida pelo Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco em 1872 e restaurado em 1917. Atualmente não existe nenhuma ação de recuperação ou pesquisa arqueológica no local.
A Organização Político-administrativa do Brasil Holandês
Pouco tempo após sua chegada ao Brasil, Nassau preocupou-se com a desorganização do sistema administrativo da colônia e começou a providenciar os meios de colocar seus domínios em ordem.
Os holandeses já tinham o Alto Conselho Secreto presidido pelo próprio Conde de Nassau e composto por 3 membros que cuidava do Estado, do Governo Civil e da guerra, e o Conselho Político e de Justiça. Foram então criadas as Câmaras de Escabinos semelhantes às câmaras municipais dos portugueses. Essas Câmaras eram compostas de portugueses, brasileiros e holandeses, devendo todos os membros ter a aprovação de Nassau.
Foram criadas as Câmaras de Olinda, Igarassu, Sirinhaém, Porto Calvo e Alagoas; Paraíba, Itamaracá e Rio Grande. Continuou ainda a divisão em Capitanias (Rio Grande, Itamaracá e Pernambuco), sendo agora administradas por um governador designado pelo Conselho Secreto.
Vale lembrar, que a Capitania de Pernambuco englobava o atual território de Alagoas até o rio São Francisco, existindo a Capitania de Itamaracá entre a de Pernambuco e a da Paraíba.
Os holandeses já tinham o Alto Conselho Secreto presidido pelo próprio Conde de Nassau e composto por 3 membros que cuidava do Estado, do Governo Civil e da guerra, e o Conselho Político e de Justiça. Foram então criadas as Câmaras de Escabinos semelhantes às câmaras municipais dos portugueses. Essas Câmaras eram compostas de portugueses, brasileiros e holandeses, devendo todos os membros ter a aprovação de Nassau.
Foram criadas as Câmaras de Olinda, Igarassu, Sirinhaém, Porto Calvo e Alagoas; Paraíba, Itamaracá e Rio Grande. Continuou ainda a divisão em Capitanias (Rio Grande, Itamaracá e Pernambuco), sendo agora administradas por um governador designado pelo Conselho Secreto.
Vale lembrar, que a Capitania de Pernambuco englobava o atual território de Alagoas até o rio São Francisco, existindo a Capitania de Itamaracá entre a de Pernambuco e a da Paraíba.
domingo, 12 de junho de 2011
Províncias Unidas, Países Baixos, Holanda
A República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, Republiek der Zeven Verenigde Nederlanden (holandês) ou Belgica Foederata (latim) foi fundada em 23 de janeiro de 1579 pela União de Utrecht durante a Guerra dos 80 Anos contra o império espanhol, onde era reconhecido o direito de cada província a manter as suas tradições, a união militar de todas elas e a liberdade de culto religioso.
As Sete Províncias Unidas eram Frísia, Groningen, Güeldres, Holanda, Overijssel, Utrecht e Zelândia. Existiu até 1795 quando da invasão francesa por Bonaparte, surgindo então a República Batava.
No século XVII os Países Baixos tiveram o chamado Século de Ouro ou Idade de Ouro Neerlandesa onde estenderam seu império colonial por todo o mundo, destacando-se na ciência, cultura e comércio. É considerada a primeira potência capitalista ocidental, com suas Companhias das Índias Ocidentais e Orientais surgindo como as grandes multinacionais da época.
As Sete Províncias Unidas eram Frísia, Groningen, Güeldres, Holanda, Overijssel, Utrecht e Zelândia. Existiu até 1795 quando da invasão francesa por Bonaparte, surgindo então a República Batava.
No século XVII os Países Baixos tiveram o chamado Século de Ouro ou Idade de Ouro Neerlandesa onde estenderam seu império colonial por todo o mundo, destacando-se na ciência, cultura e comércio. É considerada a primeira potência capitalista ocidental, com suas Companhias das Índias Ocidentais e Orientais surgindo como as grandes multinacionais da época.
sábado, 28 de maio de 2011
Descrição de Olinda e Recife
Dentro da vila de Olinda habitam inumeráveis mercadores com suas lojas abertas, colmadas de mercadorias de muito preço, de toda sorte, em tanta quantidade que semelha uma Lisboa pequena.
A barra do seu porto [Recife] é excelentíssima, guardada de duas fortalezas bem providas de artilharia e soldados que as defedem; os navios estão surtos da banda de dentro, seguríssimos de qualquer tempo que se levante posto que muito furioso, porque tem sua defensão grandíssimos arrecifes onde o mar quebra. Sempre se acham nele ancorados, em qualquer parte do ano, mais de trinta navios, porque lança de si, em cada um ano, passante de 120 carregados de açúcares, pau do brasil e algodões.
Diálogos das Grandezas do Brasil, Ambrósio Fernandes Brandão (1615).
A barra do seu porto [Recife] é excelentíssima, guardada de duas fortalezas bem providas de artilharia e soldados que as defedem; os navios estão surtos da banda de dentro, seguríssimos de qualquer tempo que se levante posto que muito furioso, porque tem sua defensão grandíssimos arrecifes onde o mar quebra. Sempre se acham nele ancorados, em qualquer parte do ano, mais de trinta navios, porque lança de si, em cada um ano, passante de 120 carregados de açúcares, pau do brasil e algodões.
Diálogos das Grandezas do Brasil, Ambrósio Fernandes Brandão (1615).
segunda-feira, 25 de abril de 2011
O Arraial do Bom Jesus
Após terem sido expulsos de Olinda e do Recife os portugueses e seus aliados iniciam a fortificação da casa de Antônio Abreu a cerca de uma légua ao norte do Recife, passando a ser chamado de Forte Real ou Arraial do Bom Jesus.
Durante 5 anos o Arraial do Bom Jesus serviu como base para a guerrilha das forças de Henrique Dias, Felipe Camarão, Luís Barbalho, Martin Soares Moreno e outros bravos contra os holandeses.
Depois de diversas tentativas e um cerco de mais de 3 meses, em 06 de junho de 1635, os heróis do Arraial do Bom Jesus rendem-se às tropas do coronel polonês Chrestofle Arcizewsky por não disporem de mais nenhum alimento ou munição. Uma centena de pessoas foge com Matias de Albuquerque em direção à Bahia.
Apesar das garantias dadas pelos invasores, os habitantes do Arraial tiveram que pagar altas somas aos holandeses para poder sair do forte com vida e ainda assim, sofrendo alguns, cruéis torturas. Foram arrecadadas grandes somas em ouro, prata, jóias e vinho.
O Arraial do Bom Jesus estava localizado onde hoje existe o Sítio da Trindade, no bairro de Casa Amarela.
Durante 5 anos o Arraial do Bom Jesus serviu como base para a guerrilha das forças de Henrique Dias, Felipe Camarão, Luís Barbalho, Martin Soares Moreno e outros bravos contra os holandeses.
Depois de diversas tentativas e um cerco de mais de 3 meses, em 06 de junho de 1635, os heróis do Arraial do Bom Jesus rendem-se às tropas do coronel polonês Chrestofle Arcizewsky por não disporem de mais nenhum alimento ou munição. Uma centena de pessoas foge com Matias de Albuquerque em direção à Bahia.
Apesar das garantias dadas pelos invasores, os habitantes do Arraial tiveram que pagar altas somas aos holandeses para poder sair do forte com vida e ainda assim, sofrendo alguns, cruéis torturas. Foram arrecadadas grandes somas em ouro, prata, jóias e vinho.
O Arraial do Bom Jesus estava localizado onde hoje existe o Sítio da Trindade, no bairro de Casa Amarela.
sábado, 12 de março de 2011
Parabéns Recife e Olinda
Hoje é aniversário das cidades irmãs e vizinhas: Recife e Olinda.
Parabéns Recife, 474 anos e Olinda 476 anos.
Parabéns Recife, 474 anos e Olinda 476 anos.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Mauritsstad
Fixando residência na ilha de Antônio Vaz, Maurício de Nassau decide urbanizar o local através de projeto arquitetônico de Pieter Jansz Post, irmão mais velho de Frans Post e respeitado arquiteto holandês.
Em 16 de dezembro de 1639, Gaspar Dias Ferreira, membro da Câmara de Escabinos de Olinda, propõe mudar o nome do local para Cidade Maurícia ou Mauritsstad. Cinco dias depois Nassau e o Alto Conselho aprovam a proposta.
A principal construção ali foi o Palácio Friburgo, também conhecido como Palácio das Torres, residência oficial de Nassau. Havia nos terrenos vizinhos ao palácio um jardim e pomar onde eram introduzidas e estudadas árvores e plantas de diferentes partes do mundo e um zoológico com animais nativos e da África. O palácio estava localizado onde atualmente existe o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, o Teatro Santa Isabel e o Palácio da Justiça. Nas proximidades também estava instalado o Forte Ernesto no antigo Convento de Santo Antônio.
Também foi construída na ilha a Igreja dos Calvinistas Franceses, prédio que copiava a Catedral de Haarlem na Holanda, além de saneamento e calçamento de diversas ruas.
Nassau fez construir a primeira ponte de grandes proporções (318 m) do Brasil, ligando Mauritsstad ao Recife, além de uma ponte ligando Mauritsstad ao continente e outra sobre o Rio Afogados.
Outro palácio foi construído pelo conde como residência particular, o Palácio da Boa Vista (Schoozit), aonde hoje existe a Basilica de Nossa Senhora do Carmo.
Em 16 de dezembro de 1639, Gaspar Dias Ferreira, membro da Câmara de Escabinos de Olinda, propõe mudar o nome do local para Cidade Maurícia ou Mauritsstad. Cinco dias depois Nassau e o Alto Conselho aprovam a proposta.
A principal construção ali foi o Palácio Friburgo, também conhecido como Palácio das Torres, residência oficial de Nassau. Havia nos terrenos vizinhos ao palácio um jardim e pomar onde eram introduzidas e estudadas árvores e plantas de diferentes partes do mundo e um zoológico com animais nativos e da África. O palácio estava localizado onde atualmente existe o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, o Teatro Santa Isabel e o Palácio da Justiça. Nas proximidades também estava instalado o Forte Ernesto no antigo Convento de Santo Antônio.
Também foi construída na ilha a Igreja dos Calvinistas Franceses, prédio que copiava a Catedral de Haarlem na Holanda, além de saneamento e calçamento de diversas ruas.
Nassau fez construir a primeira ponte de grandes proporções (318 m) do Brasil, ligando Mauritsstad ao Recife, além de uma ponte ligando Mauritsstad ao continente e outra sobre o Rio Afogados.
Outro palácio foi construído pelo conde como residência particular, o Palácio da Boa Vista (Schoozit), aonde hoje existe a Basilica de Nossa Senhora do Carmo.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
A Babel das Américas
Com a invasão dos holandeses em Pernambuco, a Cia. das Índias Ocidentais, uma verdadeira multinacional do século XVII, trouxe uma multidão de gente de todos os lugares do mundo.
Além dos índios, a quem os holandeses chamavam de brasilianner já viviam na povoação dos Arrecifes os negros escravos, vindos de diversas regiões da África, os colonizadores portugueses e os espanhóis, desde a junção das coroas lusa e hispana em 1580. Os nascidos no Brasil eram conhecidos como mazombos. Os índios falavam principalmente o tupi-guarani, além do gê e do cariri., enquanto os negros, o banto e o sudanês.
Junto com os holandeses, veio também a tolerância religiosa, determinada mesmo em um regimento dos Estados Gerais dos Países Baixos. Aos judeus e cristãos-novos que já viviam em Pernambuco (apesar da Inquisição) juntaram-se outros vindos de toda Europa. Os judeus de origem Ibérica, os sefarditas, usavam um idish mesclado ao espanhol.
Com os imigrantes judeus em conjunto com os mercenários e funcionários da Cia. das Índias Ocidentais era comum ouvir-se nas ruas do Recife as mais diversas línguas tais como: holandês, alemão, inglês, francês, norueguês, castelhano e português, além de dialetos ameríndios e africanos.
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