domingo, 13 de julho de 2014

O Incêndio de Olinda

Em 15 de fevereiro de  1630, com o desembarque das tropas da Companhia das Índias Ocidentais do coronel Waerdenbuch na praia de Pau Amarelo, um pouco ao norte, rapidamente os invasores seguiram para Olinda, sede da capitania de Pernambuco, encontrando resistência por parte dos luso-brasileiros no Rio Doce.

Dominaram a vila com relativa facilidade pois a maioria dos moradores fugiu levando o que puderam. Alguns bolsões de contenção foram eliminados, destacando-se a brava luta do capitão André Temudo em defesa da Igreja da Misericórdia no Alto da Sé.

Senhores do local e depois do porto, Recife, os comandantes das tropas da WIC, constataram que a geografia de Olinda era formada por elevações autodominantes, ou seja, cada monte era cercado por montes vizinhos, o que obrigava a que todos fossem ocupados para garantir a defesa da vila, acarretando a necessidade de um contingente que poderia ser melhor utilizado para o ataque de outros pontos.

O almirante Lonck, comandante da expedição, escreve ao Conselho dos XIX, diretoria da WIC nos Países Baixos, pedindo permissão para abandonar Olinda, concentrando as tropas no Recife. O pedido é negado pois os Heeren XIX não podiam compreender porque se deveria abandonar a sede da capitania, conhecida como uma das mais ricas vilas das colonias portuguesas. Após várias tentativas de convencer a WIC e o governo neerlandês da necessidade de concentrar esforços no Recife para poder atacar outros locais defendidos pelos luso-brasileiros, o príncipe Frederik Hendrik, autoriza aos seus comandantes que abandonem Olinda.

No dia 17 de novembro de 1631 começa a demolição dos prédios de Olinda e a retirada do material de construção, que era muito escasso, para o Recife. Em 24 de novembro a vila de Olinda é incendiada em vários pontos e quase totalmente arrasada. Segundo Duarte de Albuquerque Coelho, Olinda possuía 2.500 habitantes, quatro conventos, um colégio dos jesuítas e uma Casa de Misericórdia.

Os invasores proibiram que se reconstruísse em Olinda, o que só voltou a acontecer depois da chegada de Maurício de Nassau em 1637. O Recife e a Ilha de Antônio Vaz já estavam demasiadamente ocupadas devido ao intenso crescimento do porto e a construção de prédios para diversas finalidades.

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