sábado, 13 de agosto de 2011

Mauritsstadt

"Havia na chamada ilha de Antônio Vaz (tal era o nome do antigo possuidor) ampla área de terreno entre o forte Ernesto e das Cinco Pontas, situado entre o Capibaribe e o Beberibe. Era uma planície sáfara, inculta, despida de arvoredos e arbustos, que por estar desaproveitada cobria-se de mato.

Não obstante, ao conde aprouve furtar aos olhos aquele terreno desnudo, sombreando-o com uma plantação de árvores não só para não ficar exposto às ofensas do inimigo, mas ainda para os cidadãos e soldados, durante as quadras ásperas, delas tirarem o alimento e o refrigério dos frutos, encontrando também ali os habitantes um abrigo seguro.

Por conseguinte, Nassau, para não pesar ao tesouro e prover ao bem público, adquiriu à sua custa aquele terreno, transformando-o num lugar ameno e útil tanto à sua saúde e segurança como à dos seus. O conde, edificando, teve o cuidado de atender à salubridade, procurando o sossego e obtendo a segurança do lugar, sem descurar também da amenidade dos hortos.

O palácio por ele construído tem duas torres elevadas, surgindo do meio do parque, visíveis desde o mar a uma distância de seis a sete milhas e servem de faróis aos navegantes. Ainda hoje pompeia, em seu esplendor, o palácio de Friburgo, protegendo a ilha de Antônio Vaz e deleitando os cidadãos, como perene monumento da grandeza nassóvia no outro hemisfério."

Gaspar Barléus: Rervm per octennivm in Brasilia...

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