sábado, 19 de janeiro de 2013

A Escravidão no Brasil Holandês

A escravidão era comum a quase todas as civilizações da antiguidade, sendo praticada em culturas do oriente, oriente médio e ocidente.

No Novo Mundo a escravidão já existia entre os índios, que escravizavam os vencidos nas guerras. Com a chegada dos espanhóis e portugueses os escravos eram comercializados com os colonizadores. No Brasil, os índios não se prestavam aos duros trabalhos que lhes eram impostos, como a extração do pau-brasil e o cultivo da cana-de-açúcar, sendo substituídos pelos negros africanos. Como os negros eram considerados infiéis e por isso inimigos da Igreja Católica, o Papa Eugênio IV já havia autorizado em 1436 a escravatura dos africanos.

Com o aumento da produção açucareira no final do século XVI, o tráfico negreiro cresceu assustadoramente, estimando-se em 30.000 negros sequestrados da África para trabalharem no Brasil até 1600, principalmente nas lavouras de cana-de-açúcar.

Os invasores holandeses logo observaram que o braço escravo era imprescindível à produção do açúcar, seu objetivo primário, tratando de implantar entrepostos na própria África para garantir um fluxo constante de negros para os engenhos do Brasil holandês. Nassau envia expedições à São Jorge da Mina e São Paulo de Luanda conquistando as fortalezas portuguesas daquelas localidades.

Os escravos eram transportados em condições sub-humanas, amontoados em navios sem nenhuma higiene e quase sem alimento e água. A mortandade era tamanha que o próprio Nassau, em 1644, envia relatório aos Estados Gerais na Holanda assinalando que um quarto dos negros embarcados na África morria devido às péssimas condições da travessia.

A Cia. das Índias Ocidentais traficava e vendia os negros escravos para os senhores-de-engenho com grande lucro. Eram comprados na África por valores entre 12 e 75 florins e vendidos no Recife, na Rua dos Judeus, por 200 a 300 florins. Os escravos eram utilizados, além da cultura da cana e produção açucareira, nas tarefas domésticas, na extração do pau-brasil, na criação de gado e também como soldados nas guerras.

O engenheiro e historiador Roberto Simonsen em seu livro História Econômica do Brasil (1937) estima que 350 mil negros foram trazidos da África para o Brasil no século XVII.  

A importância dos escravos no Brasil era tão evidente que o padre Antônio Vieira afirmou em 1648: Sem negros não há Pernambuco.

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