sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Recife, século XVII

Parece que o Recife -que os documentos antigos chamam simplesmente de "Povo"- era um triste burgo nos primeiros anos do século XVII. Burgo triste e abandonado, que os nobres de Olinda deviam atravessar pisando em ponta de pé, receando os alagados e os mangues; burgo de marinheiros e de gente ligada ao serviço do porto; burgo triste, sem vida própria, para onde até a água tinha de vir de Olinda.

O Recife foi, porém, desde os primeiros tempos uma tentação para os piratas mais afoitos, de olhos compridos nas riquezas da terra. Porque o Recife era, apesar de tudo, a porta de entrada da capitania.

José Antônio Gonsalves de Mello
Tempo dos Flamengos, 1947

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