quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Guerra Sem Quartel

As lutas entre os soldados da Cia. das Índias Ocidentais e os luso-brasileiros eram marcadas por extrema crueldade. Observe-se o relato de uma emboscada armada pelos holandeses contra os combatentes locais, que sempre atacavam as tropas neerlandesas que saíam das fortificações para caçar, apanhar frutas ou lenha:

"De noite, pelas 11 horas, foram escaladas duas companhias com escopeteiros e mosqueteiros que foram se postar silenciosamente de ambos os lados do vau um pouco pelo mato adentro.
Ao romper do dia saíram os trabalhadores seguidos de uma fraca escolta. Logo que o inimigo os percebeu não se demorou em passar o rio aos magotes e com grande alarido caiu sobre eles.
Nós da escolta, nos retiramos e os trabalhadores deitaram a fugir até te-los atraído bem para fora d'água e feito esgotar as munições.
Então, as nossas tropas, anteriormente mencionadas, os acometeram por todos os lados, cortaram-lhes a retirada e mataram quantos encontraram. Tratamos especialmente os brasilienses [índios] como eles costumam fazer com os nossos. De modo que, junto com grande número de armas, arcos e flechas, diversos levaram para o quartel muitos narizes e orelhas espetados nas espadas.
Assim o meu major, Sr. Berstedt, como heróico cavalheiro que era, ofereceu ao Sr. Coronel a sua espada cheia, até metade da lâmina, de narizes e orelhas."


Ambrósio Richshoffer, soldado da C.I.O.
janeiro de 1631

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